Reflexão: “Jogadores vem e vão"

Para o torcedor do Cruzeiro, é inegável que 2019 foi um ano traumático, e suas consequências ainda deixam marcas. No entanto, o discurso de que não podemos mais nos apegar a jogadores e que devemos gostar apenas da instituição precisa ser revisto.

Antes de serem ídolos ou vilões, os jogadores são, acima de tudo, seres humanos. Chegam ao clube com suas qualidades, defeitos, desafios e ambições. Ignorar isso é desconsiderar a própria essência do futebol, que é feito de pessoas e não apenas de uma instituição.

Se nunca tivéssemos nos permitido admirar jogadores, teríamos ídolos como Fábio, Dirceu Lopes, Sorín e Alex?

Não se trata de colocar qualquer atleta acima do clube, mas de entender que o futebol vai além do pragmatismo. Ele envolve paixão, identificação e emoção. Celebramos vitórias e sofremos com derrotas porque nos conectamos com aqueles que vestem a camisa.

É verdade que a instituição e a torcida permanecem, mas isso não significa que os jogadores devam ser tratados como meros instrumentos do clube. Esse pensamento desumaniza o futebol e fortalece um ciclo de ressentimento que, no fim, não contribui para ninguém.